Desmatamento na Amazônia Legal tem menor taxa em 11 anos, com queda de 11%

Dados do PRODES/INPE mostram que estado do Amazonas contribuiu com redução de quase 17% no período, em meio a um ano recorde em queimadas.

MANAUS – O desmatamento na Amazônia Legal registrou sua menor taxa em 11 anos, com uma área de 5.796 km² desmatada entre agosto de 2024 e julho de 2025. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mostram uma queda de 11% em relação ao período anterior (6.518 km²) e consolidam a quarta redução consecutiva anual. Em relação ao pico de 2021/2022, a queda é de 50%.

O resultado positivo na preservação florestal ocorre em um cenário desafiador, já que 2025 registrou o maior número de queimadas na região em duas décadas.

O estado do Amazonas teve uma contribuição significativa para o resultado nacional, com uma expressiva redução de 16,93% em sua taxa de desmatamento. A área desflorestada no estado caiu de 1.223 km² para 1.016 km². Com isso, o Amazonas responde por 17,53% do total desmatado na Amazônia Legal, ficando atrás apenas do Pará (36,2%) e do Mato Grosso (27,1%).

Dentre os nove estados da Amazônia Legal, oito tiveram queda. Os destaques positivos foram Tocantins (-62,5%), Amapá (-48,15%) e Roraima (-37,39%). O Mato Grosso foi a única unidade da federação a registrar aumento, com alta de 25,06% na área desmatada, passando de 1.257 km² para 1.572 km².

Ações de Fiscalização

De julho de 2024 a junho de 2025, o Ibama aplicou, em todo o bioma, 3.485 autos de infração por crimes contra a flora, somando R$ 2,57 bilhões em multas, e embargou 335 mil hectares. Segundo a autarquia, essas ações evitaram o desmatamento de 1,9 milhão de hectares de floresta Amazônica e Cerrado, o que significa a não emissão de 734 milhões de toneladas de CO² na atmosfera.

No Amazonas, especificamente, foram lavrados 275 autos de infração, totalizando R$ 228 milhões em multas aplicadas, e 220 termos de embargo, que resultaram no bloqueio de 41 mil hectares de área.

“Esse resultado é fruto direto do fortalecimento das operações de fiscalização e da ampliação de políticas públicas de conservação”, afirmou o superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo.

Os números são do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES), do INPE, considerado o sistema mais preciso para medir as taxas anuais de desmatamento.

Fonte: Ibama-AM, com dados do INPE/PRODES.

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