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7 de novembro de 2022O evento internacional #CONJOR 2022 está acontecendo em Portugal e hoje dia 04 de novembro a professora Suzane Maria Barros Gomes, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) apresentou o artigo – Jornalismo nas redes digitais ribeirinhas no Amazonas: A experiência do projeto Amazônia Ribeirinha e a proximidade com as comunidades tradicionais do interior de Parintins/AM, de autoria da professora Suzane Barros e da coordenadora e diretora do Canal Amazônia Ribeirinha, Soriany Simas Neves, professora do curso de Comunicação Social/Jornalismo da Universidade federal do Amazonas, campus de Parintins.
No evento foi mostrado um pouco da produção audiovisual para web no Youtube, produzida pelo curso de Jornalismo de Parintins durante a Pandemia da Covid 19, trabalho que ganhou o prêmio de Pesquisa em Comunicação de Empírica- Expocom Norte em 2021, na categoria Produção audiovisual para mídias sociais.
O Projeto do Canal Educativo Amazônia Ribeirinha
O projeto nasceu com a produção da websérie Pandemia no Amazonas durante a Pandemia da Covid 19, em meados de 2020, e constitui-se como a primeira produção audiovisual para a plataforma digital do Youtube por meio do Canal Educativo Amazônia Ribeirinha, publicado em março de 2021. A iniciativa teve como objetivo trabalhar com comunidades ribeirinhas que passaram a ter acesso às redes digitais, neste caso com a articulação com moradores da Comunidade do Caburi, a 60km de Parintins, via fluvial.
O Canal Educativo Amazônia Ribeirinha teve como primeira publicação a websérie sobre a Pandemia no Amazonas, produzida no final de 2020, mais precisamente em Parintins. Os episódios produzidos – Agonia indígena na crise do Covid 19 e As aulas nas ondas do rio e do rádio integram os primeiros esforços de incentivar produções audiovisuais por acadêmicos de jornalismo durante a graduação. A percepção do canal é inspirada nas ambiências e contextos amazônicos, bem como as trilhas sonoras e sons da floresta e das etnias que aqui habitam. Essa foi uma das apostas para conferir identidade também ao projeto dos vídeos.
Nesse sentido estimular a produção audiovisual de temas amazônicos na plataforma do Youtube que retrate aspectos das realidades e cultura amazônica ribeirinha sem exotizá-la ou considerá-la como primitiva, atrasada, ampliando dessa forma o conhecimento sobre os povos tradicionais da Amazônia Ocidental. A produção consistiu na websérie documental sobre as realidades nessas comunidades do entorno do Município de Parintins, no Baixo Amazonas em tempos de Pandemia. A produção foi coordenada pela professora Soriany Neves, cerca de 8 discentes e professores colaboradores do curso de Jornalismo do ICSEZ/Parintins e a produção foi compartilhada em rede, ou seja, com a co-participação de moradores do Município de Parintins na gravação de videoselfes para compor a narração dos vídeos e elaborar os roteiros para a websérie.
Meios para Produção
A produção e pesquisa para a websérie Pandemia no Amazonas para o Canal Educativo Amazônia Ribeirinha foi baseado em estudos do método etnográfico, no que diz respeito a rotina dos povos. A produção contou com correspondentes em algumas comunidades estratégicas do município de Parintins que tinham preferencialmente internet. Os correspondentes participantes são pessoas que moram nessas comunidades e estudantes de jornalismo do curso de Parintins atuaram no contato e produção da edição dos vídeos. A percepção de trabalho adotada, compartilhado e em rede permitiu uma construção conjunta com as populações ribeirinhas (três personagens) da websérie dessa parte da Amazônia e um maior engajamento da produção na narrativa dos vídeos.
As etapas de produção foram organizadas da seguinte forma: a primeira compreendeu o contato com as fontes que participaram dos episódios, a acadêmica, Emilli Marolix da etnia Tikuna, que foi a personagem central do primeiro episódio Agonia Indígena na Covid 19, Edcarlos Pereira, Professor da Comunidade ribeirinha Coração de Jesus e Newton Souza aluno ribeirinhos que integraram o segundo episódio – Aulas nas ondas do Rio e do rádio. Ressalta-se que os personagens (entrevistados) conduziram a elaboração do roteiro do impacto da pandemia nas suas vidas a partir de seus relatos na forma de videoselfs. Os vídeos foram enviados por meio do aplicativo de mensagem WhatsApp, bem como as mensagens trocadas e compartilhadas sobre a produção dos episódios da wbesérie. Outro recurso utilizado foi o google drive para armazenamento de todos os vídeos enviados, fundamental para acompanhamento da equipe do projeto.
Processo de Produção dos vídeos
O Canal Educativo Amazônia Ribeirinha teve como processo de produção dos vídeos, as seguintes etapas: Primeiro, eram realizadas reuniões online por meio do Google meet e WhatsApp, para discussões sobre as pautas a serem abordadas, em seguida a elaboração do roteiro, feito pelo próprio apresentador, sob orientação da coordenadora do projeto e de um aluno (editor). Após essa fase, o fluxo de trabalho direcionava-se ao editor de vídeo, com o uso do software de edição Sony Vegas, onde acontecia a montagem e era organizado de acordo com o roteiro de edição e imagens de apoio enviadas pelo apresentador e produtor, e enfim a aprovação e veiculação da produção. Os vídeos tinham programação semanal de terças e quintas-feiras durante o semestre letivo.
Durante os anos de 2021 a 2022, o canal teve 4 temporadas nos semestres letivos. A primeira mais focada na produção de webséries e as subsequentes ampliadas com a criação de novos quadros de perfil mais jornalísticos. A segunda temporada, o canal estreou com vídeo “Chamada Canal Amazônia Ribeirinha”, onde as apresentadoras avisam sobre o retorno da temporada. Em seguida, foram publicados os vídeos dos quadros “Olho na Pauta” onde é abordado temas mais atuais e relevantes que influenciam sobre a Amazônia ribeirinha; “Vozes da comunidade” apresentando comunidades da região; “Literatura Amazônica” onde fala-se sobre escritores locais; “Top dos Memes” um segmento mais diversional para o canal abordando temas diversionais comentados nas redes sociais. Sendo assim, os vídeos da segunda temporada são “Chamada Canal Amazônia Ribeirinha”; “OLHO NA PAUTA: O que é Marco Temporal?”; “OLHO NA PAUTA: queimadas na Amazônia”; “OLHO NA PAUTA: representativade feminina na Política”; OLHO NA PAUTA: arte que transforma”; OLHO NA PAUTA: contaminação dos peixes gera insegurança na população”; “OLHO NA PAUTA: o aumento da violência contra jornalistas no exercício da profissão”; “VOZES DAS COMUNIDADES: Comunidade Cachoeira do Aruã/PA”; “OLHO NA PAUTA: Fcecon prevê 700 novos casos de câncer no Amazonas”; “LITERATURA AMAZÔNICA: Milton Hatuom”; “OLHO NA PAUTA: BR-319”; “PARINTINS: ANIVERSÁRIO DE 169 ANOS DA ILHA TUPINAMBARANA”; “OLHO NA PAUTA: Funai contra indígenas”; “TOP DOS MEMES: top 1 da internet”; “OLHO NA PAUTA: retorno das aulas presenciais”; “OLHO NA PAUTA: rede Rhisa em Parintins”; “OLHO NA PAUTA: fechamento do Hospital Padre Colombo”; “OLHO NA PAUTA: COP 26 – Amazônia em foco”; “OLHO NA PAUTA: Guerreiras da Amazônia”; “OLHO NA PAUTA: Resistência: racismo estrutural no século XXI.
Ressalta-se que essa temporada ainda ocorreu toda de forma remota em que os componentes do projeto faziam as gravações a partir de suas residências.
Já a terceira e quarta temporadas aconteceram em 2022, ano em que as atividades acadêmicas foram flexibilizadas para o formato de Ensino híbrido devido a estabilização da Pandemia da Covid 19 e possibilitaram maior dinamismo e participação dos discentes ao projeto. Como resultados dessas produções na primeira fase do canal, obteve-se a premiação com a websérie Pandemia no Amazonas no evento da Expocom, de pesquisa empírica da área da Comunicação na modalidade produções audiovisuais para web e numa segunda etapa parceria interdisciplinares na produção de vídeos com outros cursos do ICSEZ de Parintins. Ao todo foram produzidos 62 vídeos desde a criação do canal em 2020 e já contabilizam mais de 10 mil visualizações.
A produção da primeira etapa do Canal educativo para a Websérie Pandemia no Amazonas foi 90% remota, com exceção de registro de imagens em plano geral capturadas pela cidade de Parintins durante o período de isolamento social e toque de recolher no segundo semestre de 2020.
“Esse formato de produção de audiovisual foi desafiador pois tornou mais demorado a produção dos episódios. Por outro lado, a produção se mostrou bem-sucedida à medida que os episódios serviram para marcar o registro de um período crítico da Pandemia no Amazonas, servindo dessa forma para documentar o impacto da Pandemia nas populações mais vulneráveis. Além disso possibilitou um engajamento maior por parte dos alunos em produções colaborativas junto às comunidades ribeirinhas do entorno do Município de Parintins”, disse Soriany Simas Neves – fundadora, coordenadora e diretora do Canal Amazônia Ribeirinha.
Atualmente o canal está em sua 5° Temporada e conta com uma equipe formada por 10 participantes entre docentes, acadêmicos e colaboradores externos.
Por: Soriany Neves