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O roteiro “Icamiabas”, escrito pela roteirista, jornalista e professora amazonense Graciene Siqueira, é finalista do 10ª Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre (Frapa), que inicia hoje, 5, na Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre (RS). Graciene Siqueira é docente do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Parintins (Icsez), e desenvolve projetos de extensão e pesquisa na área de cinema e audiovisual, além de coordenar o único festival da área no interior do Estado, o Festival de Cinema Focaliza Parintins (Fopin), que neste ano chega à sua 4ª edição.
O projeto que está representando o Amazonas no Prêmio Frapa recebeu recursos do Prêmio Feliciano Lana (Lei Aldir Blanc), promovido pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Estado do Amazonas, para o desenvolvimento de um roteiro de longa-metragem, o primeiro escrito por Graciene Siqueira, que já tem em seu currículo roteiros de curta-metragem.
O roteiro finalista apresenta uma história adaptada de um curta-metragem da autora que nunca foi produzido. “Eu optei por apresentar ao concurso Feliciano Lana um projeto com temática regional”, ressaltou a autora. O roteiro do curta foi escrito em 2006 e Graciene Siqueira o adaptou para um longa, contando a história de uma indígena que vive na cidade (Manaus) e descobre ser descendente das icamiabas, mulheres guerreiras que, de acordo com a lenda amazonida, teriam lutado contra a expedição do explorador espanhol Francisco Orellana, próximo ao município amazonense de Nhamundá, em 1542. O encontro de Orellana com as amazonas (assim chamadas por ele) foi documentado pelo frei Gaspar de Carvajal que acompanhava a expedição.
A professora da Ufam é a única roteirista da Região Norte do Brasil a estar na final do prêmio, em dez anos de evento. O Frapa serve tanto como vitrine para o seu trabalho de roteirista, como para a própria região do Baixo Amazonas, palco da lenda das icamiabas. “Fico feliz por minha história estar representando nossa região, dando destaque às mulheres guerreiras amazonidas, que sempre despertaram minha curiosidade. Apesar de se tratar de uma história ficcional do gênero aventura e fantasia, a narrativa reforça a luta dos povos originários em manter viva sua cultura”, salientou a autora.
Como finalista do Frapa, Graciene Siqueira já garantiu alguns prêmios: vaga para um encontro com executivos da Netflix; vaga para uma masterclass da Product Placement House sobre os principais formatos de inserção comercial nos projetos e análises de cases de sucessos recentes. Ela contou com apoio da Prefeitura de Parintins em relação à estadia durante o evento, que encerra na sexta-feira, dia 9, com o anúncio dos vencedores em cada categoria: piloto de série e longa-metragem.
Premiação
Os ganhadores em cada categoria do Prêmio Frapa (piloto de série e longa-metragem) serão conhecidos no dia 9 de setembro e serão contemplados com R$ 5 mil, oferecido pelo Frapa e pela Conspiração Filmes. Ainda será concedido o Prêmio Paradiso, também no valor de R$ 5 mil, além de uma consultoria do Núcleo de Desenvolvimento de Projetos da Conspiração Filmes, um voucher no valor de R$ 380 para curso na área, uma bolsa para o curso “Técnicas de Product Placement” da Placement House, um curso integral de inglês para roteirista (no valor de R$ 2.100), da Lifetime English e outros benefícios.
Logline do roteiro “Icamiabas”:
Aruana é uma indígena nascida na cidade e trabalha como geóloga no laboratório de uma mineradora do Distrito Industrial de Manaus. Ela recebe como tarefa descobrir a composição de uma rocha misteriosa o que a leva até sua aldeia de origem, na região da Serra do Espelho da Lua, próximo à Nhamundá (AM).
Interessada apenas no que a descoberta sobre a rocha representa para a sua carreira, Aruana entra em conflito com a aldeia. Porém, à medida que conhece sua cultura e as consequências de uma possível exploração da região, Aruana sente-se dividida entre a aldeia e o trabalho. Isso se agrava com a chegada de invasores enviados à região pela mineradora. A anciã Mayara revela então que a aldeia não é uma aldeia qualquer: é o berço das Icamiabas, mulheres guerreiras com poderes incomuns. Diante de um ataque violento dos mineradores e, ao ver sua aldeia massacrada, Aruana assume seu papel como uma guerreira icamiaba e, consequentemente, sua identidade indígena.
Por: Ralf Cordeiro/Pace Colaborativo (Ufam)