‘Live Pra Jesus’ substitui ‘Marcha’ e vai arrecadar alimentos para famílias carentes
17 de julho de 2020Ifam Itacoatiara produz álcool em gel, sabão e máscaras para doar a pessoas de baixa renda
19 de julho de 2020“Sou Dailane de Castro Leal, tenho 21 anos, nasci em Manaus, mas moro atualmente em Parintins e sou casada com Marcelo Pinto Paixão.
Em meados de 2018 eu descobri que estava grávida. Era a minha primeira gestação. Meu marido e eu estávamos muito felizes com a chegada do nosso filho. Comecei meu pré-natal como toda mulher gestante. Foi na Unidade Básica de Saúde (UBS), na Vila Amazônia, e fui a 8 consultas. Quando estava na 34ª semana de gestação, fui à minha última consulta, em janeiro de 2019, e foi verificado que a minha pressão estava bastante elevada, mas com o bebê estava bem.
Até então, estava sendo acompanhada pelo médico que atendia na UBS, na Vila Amazônia. Ele me passou o medicamento e disse que me acompanharia diariamente nos próximos 7 dias. Então, fiquei indo todo dia à UBS verificar a pressão, de manhã e à tarde.
Na madrugada do dia 30 de janeiro de 2019, acordei com uma intensa cefaleia e vômito. Procurei o hospital Jofre Cohen, pois era o mais próximo. Dei entrada às 00h25, do dia 30/01, e não havia médico no hospital. Ao chegar lá, verificaram que minha pressão estava a 190×00 e me levaram para a sala de ultrassonografia, pois não conseguiram ouvir o coração do bebê. Em pouco tempo veio a pior notícia: nosso bebê estava morto.
Eu tive um pré-eclâmpsia e bebê havia feito mecônio. Então, uma técnica em enfermagem fez a indução do meu parto recebendo instruções de um médico via mensagem pelo celular.
Fiquei no hospital aquele dia e no dia seguinte, 31 de janeiro, recebi alta. A técnica em enfermagem chegou com um papelzinho e disse que eu estava de alta. Me mandou para casa sem me examinar. Eu não conseguia andar, estava fraca e não conseguia enxergar. Na noite daquele mesmo dia, já em casa, eu passei muito mal. Eu continuava sem conseguia andar, não conseguia comer e não enxergava nada. Ao receber a visita de um amigo pastor, ele viu que o meu estado era grave e me levou imediatamente a um consultório particular para uma consulta com uma obstetra. Chegando lá, ela viu que eu estava muito mal e que não era para eu ter recebido alta, mas sim ter sido transferida para o outro hospital. Ela também explicou que nenhuma gestante que está com pressão alta há uma semana fica sendo medicada em casa. Eu deveria ter sido encaminhada para ser internada para tentar baixar a pressão ou ser operada para a retirada do bebê. Ela, então, me encaminhou para o Hospital Padre Colombo.
Nosso amigo pastor me levou para o hospital indicado e a médica nos acompanhou. Chegando lá, ela mesmo fez minha internação e ficou cuidando de mim, junto com um enfermeiro. Eu passei dias ser conseguir fazer minhas necessidades, fiquei muito inchada, não conseguia comer e fiquei muito debilitada. Por conta deste quadro e da redução da função renal, fui encaminhada para Manaus, pois não foi possível fazer a curetagem aqui, uma vez que minha pressão continuava alta.
Cheguei a Manaus dia 7 de fevereiro e fui internada na Maternidade Balbina Mestrinho. Lá, foram observados problemas renais e outras complicações. Ficarem restos ovulares. Isso causou infecção e eu poderia ter perdido meu útero. Eu tive o meu bebê dia 30 de janeiro e só fui fazer a curetagem após 8 dias.
Passados uns três dias na maternidade eu tive uma parada cardíaca e fiquei respirando por aparelhos, pois os restos ovulares prejudicaram os meus pulmões. Eu precisei fazer hemodiálise por alguns meses.
Saí do hospital no dia 8 de março de 2019 e até hoje faço tratamento para os rins e acompanhamento com o nefrologista. Infelizmente, meu bebê morreu ainda no meu ventre. Eu recebi alta sem ter sido examinada. Ficaram restos ovulares que causaram infecção. Eu tive uma parada cardíaca, fiquei respirando por aparelhos e precisei fazer hemodiálise. Eu poderia ter perdido o meu útero, ter ficado sem enxergar ou até mesmo ter morrido, tudo por causa de uma negligência. Mas, graças a Deus, eu sobrevivi e posso testemunhar este milagre”.