Primeira rodada da III Copa VDL de Futsal, continua neste domingo (28/07) com cinco jogos – dos grupos B,C e D.
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27 de julho de 2024Primeira parada do atleta será em Portugal para encontrar o restante da delegação brasileira de atletismo. De lá, ele segue para a sede dos Jogos Olímpicos. (Pedro quase desistiu de competir, mas voltou atrás e retornou mais motivado que antes (Wagner Carmo/CBat))
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Pedro Henrique Nunes embarca na madrugada deste domingo (28) para a realização do sonho olímpico. A primeira parada do amazonense do lançamento de dado é Portugal, onde parte da seleção brasileira de atletismo faz a aclimatação antes dos Jogos Olímpicos de Paris. O time treina em Desmor, Centro de Treinamento de Rio Maior, complexo desportivo de Portugal. Na mala, além de equipamentos e itens pessoais, o atleta leva o orgulho de representar o estado do Amazonas e de chegar no objetivo de disputar uma Olimpíada após mais de 10 anos de muito trabalho, viagens, competições e sonhos.
Com a participação em Paris, Pedro coloca o nome na história do esporte amazonense. Ele será o terceiro atleta do estado a competir no atletismo olímpico ao lado de Lyndon Johnson, que competiu em Seul 88, e Sandro Viana, que disputou os Jogos de 2008 e 2012, feito que traz reflexão e gratidão ao atleta de 25 anos.
“Momento de refletir e agradecer muito por esses 10 anos que a gente sabe que não foram fáceis”, disse o atleta que em 2019 pensou em desistir do esporte, mas voltou atrás da decisão após alguns meses e colocou como objetivo chegar aos Jogos Olímpicos.
“Em 2019 eu tinha desistido do esporte. Eu não conseguia render, não conseguia mais ficar longe da família e falei pra minha mãe: eu não quero mais isso. A minha mãe falou: volta pra casa, recomeça a vida. A minha mãe sempre foi uma ótima apoiadora, mas sempre me perguntava se eu queria voltar a treinar. Passei 7 meses em casa, sem esporte nenhum, num momento que eu fiquei com a minha família, voltado pra ela e eu acho que recarreguei minhas energias e a minha família falando: Pedro volta, você consegue. Voltei e voltei bem melhor do que eu tinha treinado quatro anos atrás. Eu acho que parei em 2019 e eu competi bem melhor que os quatro anos antes e eu voltei bem melhor, com mais vontade”, relembrou Pedro.
Desacelerar e preparar
Mas no ano seguinte após o retorno, veio a pandemia e o atleta contou que foi um momento que, novamente, ele pôde desacelerar e voltar a respirar. Mesmo com as dificuldades trazidas pelo isolamento, ele fala que o período foi determinante para colocar as ideias no lugar e fortalecer os objetivos de ir para uma Olimpíada.
Por conta da pandemia, os Jogos de Tóquio acabaram sendo adiados de 2020 para 2021, o que significava um tempo a mais para se preparar e tentar uma vaga, mas Pedro explica que apesar de ser possível ir para uma Olimpíada, preferiu ser paciente e trabalhar mirando Paris.
“Muita gente me cobrava sobre eu não ter ido para a Olimpíada de Tóquio. Eu não tinha esse objetivo, eu sabia que seria possível, mas seria um desafio maior pelas condições que a gente estava enfrentando: pandemia, treinamento, a Vila Olímpica estava fechada e aí quando retornei, eu falei: a gente quer ir pra Olimpíada e foi isso. Foi quando bati o recorde e estava com quatro recordes, tanto brasileiro quanto ibero-americano e estava com a sétima melhor marca no mundo até atualizar e agora é chegar na Olimpíada. Chegando lá, espero bater esse recorde e brigar por uma medalha”, explicou.
A confirmação da vaga de Pedro aconteceu no dia 2 de julho, com a atualização do ranking mundial, que o credenciou para estar em Paris. Já a convocação oficial aconteceu no dia 8 de julho. O anúncio da seleção brasileira foi feito pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBat) e transmitido ao vivo pela internet, com o nome de Pedro Henrique Nunes aparecendo na lista da seleção que terá 19 mulheres e 24 homens.
O atletismo nos Jogos de Paris começa no dia 1º de agosto e a prova de Pedro, o lançamento de dardo, está marcada para o dia 6 com a final acontecendo no dia 8.
Recarregar
Desde que foi confirmado nos Jogos Olímpicos, Pedro viajou para Parintins (município a 369 km de distância de Manaus, onde cresceu e deu os primeiros passos no esporte) e reencontrou a família. Lá, o atleta recarregou as energias antes da competição mais importante da carreira dele. O ‘ritual’ é o mesmo que ele fez antes do Campeonato Ibero-Americano, quando bateu o recorde brasileiro e ibero-americano ao fazer a marca de 85,11 metros.
“Se eu falar que o Ibero, quando eu lancei pro recorde, três dias antes eu fui ver a minha família? Eu ia competir e aí eu falei: cara, eu preciso ver minha família. Eu estava tão esgotado de tanta cobrança de treinamento que não conseguia saber mais de onde eu ia tirar força para treinar. Eu já estava no piloto automático e eu consegui ir pra casa, passei três dias lá, voltei e deu aquele resultado”, comentou.
Caseiro, o atleta diz que em Parintins ele fica em casa, aproveitando a companhia da mãe, avó e irmãos e até fazendo um churrasco para descontrair. Só uma coisa que ele diz que evita fazer:
“Eu até brinco que quer conversar, conversa, mas não fale de competição não”, ri o atleta.
De volta a Manaus, Pedro retomou os treinamentos ao lado de Margareth Bahia na Vila Olímpica. Ele ainda pensou em fazer algum treinamento em outro estado, mas voltou atrás da ideia e realizou as últimas atividades antes da viagem na capital amazonense, onde treinou até a última sexta-feira (26).
“Os Jogos Olímpicos eram o foco, a gente conseguiu a vaga e agora acabou viagem a próxima só vai ser realmente pra Olimpíada. A gente pensou em fazer uma adaptação em São Paulo e Rio de Janeiro, mas acabou que a gente preferiu ficar aqui até porque tem a minha casa, minha equipe: fisioterapia, nutricionista, treinador… então a gente vai totalmente focado. A gente tem como treinar aqui. São 10 anos aí se preparando no mesmo local”, explicou em entrevista concedida no dia 2 de julho na pista da Vila Olímpica, onde ele fez toda a preparação que proporcionou o atleta sair de Parintins e chegar aos Jogos de Paris.
Reportagem: Camila Leonel
camilaleonel@acritica.com