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20 de dezembro de 2022O lançamento do livro Barreirinha Conta sua história (Editora Paco) e o Webdocumentário Andirá-Afro ocorreu nesta sexta-feira, 16 de dezembro na sede do Município. O evento levou a Escola Estadual Professora Maria Belém para conhecer um pouco mais sobre a história da terra natal do poeta Thiago de Mello, como os professores da escola, o gestor, Tarcísio do Rosário, o coordenador de Cultura, Júnior Seixas, o coordenador de Meio Ambiente, Marcos Bahia, poetas como Neto Cabral e Tiago HaKiy, artistas locais e o público em geral.
O livro é fruto de uma pesquisa que foi iniciada em 2012 pelo Parque Tecnológico da Universidade Federal do Amazonas, Campus Parintins e conseguiu catalogar documentos oficiais e documentar lembranças de moradores mais antigo que testemunharam a construção do local.
A obra conta a trajetória do Município desde o período de Missão do Andirá, sua participação na Cabanagem, a transferência da sede para o endereço local, às margens do Paraná do Ramos e a urbanização. Também encontra-se nela um pouco da história sociopolítica e cultural, bem como parte da história do poeta, Thiago de Mello, seu filho querido, autor de Estatutos do Homem, Pátria d’água, Faz Escuro Mais Eu Canto, dentre outros.
Foi escrita pelas professora Msc. Carly Anny Barros, jornalista e antropóloga; Professora Dra. Maria Eliane Vasconcelos, Professora Dra. Maria Audirene Cordeiro e pela especialista em Históriografia, professora Regiane Barbosa. Segundo uma das autoras, Eliane Vasconcelos, professora da Ufam- Parintins e coordenadora da pesquisa, a obra é fruto de uma pesquisa aprovada pelo Conselho de Ética da Universidade Federal do Amazonas e se preocupou em seguir técnicas e metodologia da historiografia. “nos preocupamos em seguir a metodologia historiográfica para entregarmos a sociedade barreirinhense um livro que pudesse servir de fonte de pesquisa sobre a história do Município que é muito escassa atualmente. O processo de levantamento de dados nos levou aos arquivos de cartório, da prefeitura, da secretaria municipal de educação e câmara de vereadores de Barreirinha. Mas fomos além, pois chegamos ao Instituto Geográfico do Amazonas, Museu Amazônico, Povos da Amazônia e documentos da Ufam em Manaus”.
Para a especialista e graduada em história Rejane Barbosa, o livro consegue reunir os documentos oficiais e o testemunho dos moradores mais antigo, que no período da pesquisa tinham mais de 60 anos. “A obra é uma bela reunião de história documental com as memórias contadas pelos antigos moradores. Ela, nós eternizamos as lembranças dos saudosos Aminandá Lopes e Olavo Reis, os pedreiros e mestres de obras que construíram ruas e a parte da frente e prédios públicos da cidade; De dona Maria Araújo e seu João Barulho que participaram da vida da vila que ia se urbanizando, apesar das enchentes de castigam o município desde sua fundação. Fato que torna os barreirinhenses um povo que aprendeu a viver com seus rios”.
O evento teve a participação do músico Neto Cabral, artista de Barreirinha que compôs canções autorais em homenagem à cidade e a Thiago de Mello. “Para nós, este é um dia de muita felicidade, vemos nossa história que é muito rica culturalmente documentava em livro. Há muitos anos temos essa deficiência. Por muitos anos, apenas a Sinopse de Barreirinha era o único documento que a gente tinha acesso para pesquisar a história do Município. A partir de agora, todos podem saber mais sobre nosso município, seja pelo livro, seja pelo webdocumentário que apresenta duas festas afrodescendente do nosso lindo Rio Andirá”.
O Webdoc e o livro
A jornalista e antropóloga, Carly Anny Barros que também é funcionária municipal e encontra-se licenciada para tratamento de saúde em função da síndrome pós-Covid, explica que o livro e o webdocumentário são sonhos que viraram realidade na pandemia.
“O livro é uma necessidade que via desde minha infância. Morei em Barreirinha durante muitos anos e no período escolar e acadêmico víamos que não existia uma síntese da história do Município que é tão importante para compreender certos movimentos sociocultural do Baixo Amazonas. Nós idealizamos o livro e minhas professoras da UFAM Audirene e Eliane embarcaram nessa aventura comigo junto a Rejane. Apesar da loucura da pandemia, da qual sou uma sobrevivente, organizar o livro com as minhas parceiras ajudou a não me desesperar com as sequelas do vírus, acabou sendo uma terapia ou uma esperança de que o grande mal que assolava o mundo ia melhora. Nesse momento, atualizamos alguns dados, reorganizamos e começamos a edição”, explica.
O livro editado pela editora Paco pode ser encontrado na forma de e-book e física. Encontre o livro aqui https://www.pacolivros.com.br/barreirinha-conta-a-sua-historia.
No caso do webdocumentário Andirá Afro de autoria da jornalista, foi um dos projetos premiados no Concurso Amazonas Criativo da Secretaria de Cultura e Economia Criativa- SEC. O produto jornalístico foi lançado na live Africanidades no Amazonas, no dia 29 de novembro. E na última sexta-feira foi apresentada no Município para o público e está disponível na web https://www.webdocandiraafro.com/
O webdocumentário é uma nova forma de contar histórias pela internet que tem como ponto de partida a mistura de diferentes meios: textos, fotos, gráficos, áudios, vídeos e animações. Andirá Afro apresenta as festas afrodescendentes dos Marujos de São Benedito de Freguesia, e a festa de São Sebastião da Comunidade Quilombola do Matupiri ambas localizadas às margens do Rio Andirá. No webdoc, além da reportagem é possível acessar links que levam a artigos, reportagens e minidocs que foram construídos especialmente para este produto jornalístico inovador sobre a Amazônia.
“O Andirá Afro é outro sonho realizado, já que na Amazônia quase não existe webdocumentário. A história dos povos barreirinhenses afrodescendentes e ribeirinhos é pouco divulgada. Pra mim foi uma satisfação apresentar a cultura do Marujo de Freguesia com sua festa de 26 de dezembro, e a festa de São Sebastião do Matupiri, ambas são símbolo de identidade e resistência. Sabemos que isso é um início. E nós esperamos que outros pesquisadores sigam documentando a história desse povo que renova como o rio, a cada enchente e vazante”, enfatiza.
O professor Tarcísio do Rosário, gestor da Escola Maria Belém, disse que uma lacuna sobre a história de Barreirinha começou a ser preenchida com o livro e o webdocumentário. “Quando procuramos material que embase a pesquisa sobre a história do município, não encontrávamos quase nada. Hoje, gratuitamente na internet temos webdoc que apresenta parte da cultura do Rio Andirá e, os livros digital e físico sobre a história de Barreirinha desde o início da história. Isso pra ensinar nossos alunos sobre quem é Barreirinha, como ela nasce, sua participação na Cabanagem e, claro uma parte da história de Thiago de Mello- nosso querido poeta, é imprescindível. Nós estamos felizes. É uma lacuna que começa a ser preenchida, comemora.
As autoras Maria Audirene Cordeiro e Rejane Barbosa não puderam comparecer ao lançamento do livro em Barreirinha, por terem outros compromisso que as impediram de estar na cidade.
Por: Carly Anny Barros