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Vítimas de abuso relatam crise de ansiedade, pensamento suicida e depressão”, afirma conselheira tutelar durante diálogo
Na semana de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes a Fametro Parintins promoveu, nesta quinta-feira (19/04), um encontro entre os alunos do curso de Direito e autoridades que atuam na defesa dos direitos da criança e do adolescente. A ação foi coordenada pela advogada e coordenadora do curso, Nádia Lima, que mediou a mesa redonda com a Conselheira Tutelar, Íris Simas, a Juíza Juliana Arrais, e o promotor Marcelo Barros.
A conselheira Íris Simas explicou como funciona o trabalho dos 5 conselheiros que atuam em Parintins. Ela revelou o aumento de casos de abuso e exploração de crianças e adolescentes tem gerado doenças mentais. “Estamos atendendo muitos casos de crianças que chegam com crises de ansiedade, com pensamento suicida, porque sofreram abusos e, na maioria das vezes, o criminoso está dentro da própria casa da vítima”, explica.
As escolas tem se tornado grandes aliadas da rede de proteção, pois, como os familiares poucos conversam com os filhos, os adolescentes passam a confiar nos professores. “Em alguns casos o diálogo é só pelo WhatsApp”, conta a conselheira Iris Simas.
A Juíza Juliana Arrais Moutinho lembrou que meninos também são vítimas de abuso e exploração sexual. Ela salientou que e a legislação mudou em 2019 até para contribuir na mudança de pensamento das pessoas. “Na mentalidade de algumas pessoas não se deixa a menina em casa, porque ela mulher, mas o filho pode ficar, mas todos podem ser vítimas”, disse. A magistrada assegurou que a missão de proteger as crianças é de todo mundo.
Ela relatou a sua experiência nas audiências de estupro de vulnerável e as mudanças na lei para que a criança não se veja dentro de um julgamento ou de um interrogatório. O processo é conduzindo no sentido de evitar que o menor seja revitimizado. Ele ainda explanou sobre a legislação que trata de estupro de vulnerável.
Marcelo Barros, da segunda promotoria de Parintins, informou em sua fala que a maioria dos casos de abuso e exploração sexual registrados no município passam pela promotoria que ele atua. O representante contribuiu dando detalhes das experiências do MP nos casos.
Antes do fim da palestra Joelilce Trindade, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), e a Assistente social Camila Lacerda, Coordenadora do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS), deixaram as informações relacionadas a atuação dos órgãos e sobre o dia de combate à violência sexual de crianças e adolescentes.
Os alunos participaram fazendo perguntas e contribuíram com suas experiências no cuidado com seus filhos. A coordenadora do curso, Nádia Lima, afirmou que é política da Fametro incluir sua programação em campanhas importantes para a sociedade.
Por CNA7
