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31 de março de 2022Por Ricardo Perrone, Thiago Braga e Yago Rudá
Do UOL, em São Paulo
Atualizada em 31/03/2022 09h50
Internado na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o carnavalesco da Gaviões da Fiel Zilkson da Silva Reis foi ouvido pela Polícia Civil em investigação sobre tentativa de homicídio que ele sofreu. Em rápido contato com os policiais, o carnavalesco apontou como seu agressor Thiago Carlos Dionísio, identificado no boletim de ocorrência (B.O) como diretor de barracão da escola de samba e principal organizada do Corinthians. A reportagem não conseguiu contato com o suspeito.
Reis foi agredido no último domingo (27) no barracão da escola, de acordo com o Boletim de Ocorrência registrado no 2º Distrito Policial da capital, no Bom Retiro (região central), após denúncia feita pela advogada do carnavalesco, Ana Cláudia Conde Vieira Alves.
O documento, obtido pela reportagem do UOL, mostra que a advogada relatou que seu cliente foi encontrado por volta das 15h do último domingo no barracão da Gaviões, “brutalmente ferido, lesionado e ensanguentado, vítima de tentativa de homicídio.” A advogada indicou Dionísio como suspeito do crime, que teria ocorrido às 10h. De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima não foi socorrida pelo agressor e acabou encontrada por uma mulher identificada como Fernanda, com quem teria uma reunião. A partir da denúncia da representante do carnavalesco, a polícia passou a fazer diligências, como ouvir a vítima no hospital. Uma delas foi a ida ao Hotel Joy, local em que Reis costuma se costuma se hospedar e para o qual foi levado após ser encontrado.
“Conforme apurado, a vítima teria chegado no hotel trajando boné e óculos escuro, amparado por uma mulher e um homem que não permaneceram no local, sendo que, no dia seguinte, a vítima saiu sendo novamente conduzido pelas mesmas pessoas que o levaram”, diz trecho do boletim de ocorrência. O documento também relata que “foram solicitadas imagens das câmeras de segurança do hotel, porém, foi informado que o aparelho DVR está com problemas técnicos, não sendo possível o fornecimento de tal registro”. O contato dos policiais com Reis é descrito assim no documento: “ato contínuo, foram realizadas diligências no Hospital Santa Casa, sendo possível breve contato com a vítima, a qual, apesar de estar convalescente e gravemente ferida, reconheceu sem sombra de dúvidas a pessoa de Thiago Carlos Dionisio, como sendo o autor das agressões”. Foi instaurado inquérito policial para apuração dos fatos. Dionisio já havia sido identificado como agressor pelo tesoureiro da escola, João Barbosa, em telefonema para a advogada de Zilkson, que gravou a conversa. A reportagem teve acesso ao áudio.
Duas versões Ontem (30), a Gaviões da Fiel chegou a emitir uma nota oficial sobre o caso. O documento acusava o carnavalesco de tentativa de abuso a uma mulher, que teria pedido socorro. Integrantes da escola, teriam, então agredido o artista. No entanto, pouco depois de divulgar o texto em suas redes sociais, a escola apagou a publicação.]
A versão apresentada pela Gaviões é refutada pelo advogada Ana Cláudia Vieiralves. Para ela, a causa mais provável para o ataque seria uma divergência gerada pela cobrança de dívida por parte de Zilkson. “Acredito que a razão dessa brutalidade possa ser o atraso de pagamento do contrato do artista. O que fizeram com o Zilkson não foi uma defesa pessoal, foi um gesto de pura covardia”, afirmou a advogada em contato com o UOL Esporte. A advogada do carnavalesco afirmou que a Gaviões da Fiel havia se comprometido a prestar esclarecimentos aos familiares de Zilkson e em trazê-los a São Paulo o mais rápido possível. No entanto, ainda segundo a advogada, os parentes do artista ficaram sdeixaram o município de Parintins (AM) rumo à capital paulista ontem, mas custeados pela Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido.
De acordo com a apuração da reportagem, a escola de samba assinou um contrato no valor aproximado de R$ 90 mil pela prestação dos serviços do carnavalesco, porém não pagou parte do combinado. O atraso de duas semanas é encarado como algo rotineiro, sobretudo após a remarcação das datas dos desfiles no Sambódromo do Anhembi. Além de Zilkson, a escola de samba está em atraso com o pagamento de outros colaboradores envolvidos com a criação de toda a estrutura do desfile de Carnaval, que acontecerá no dia 23 de abril. Os valores, no entanto, são mantidos em sigilo. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a Gaviões considera a situação sob controle já que tem receitas para receber e pretende fazer os pagamentos assim que os novos recursos chegarem. O UOL Esporte entrou em contato com a assessoria de imprensa da Gaviões. Em nota, a escola de samba informou que está apurando os fatos internamente, cooperando com a investigação do caso e prestando atendimento necessário aos familiares do carnavalesco. A entidade, no entanto, não repetiu a acusação de abuso sexual que constava em sua primeira nota oficial.
“Vimos por meio desta informar que estamos apurando os fatos e colaborando com as investigações sobre o caso do carnavalesco Zilkson Reis. O Departamento Jurídico irá se pronunciar assim que o Inquérito Policial for instaurado e tivermos maiores informações. Esclarece ainda, que não aprova nem compactua com qualquer tipo de violência por parte de seus associados, cabendo à Autoridade Policial apurar com imparcialidade as versões apresentadas pelas partes envolvidas de modo que injustiças ou medidas judiciais prematuras sejam adotadas no curso do inquérito policial. Vale lembrar que não havia expediente de trabalho no dia em questão em nosso barracão, portanto não havia motivos para nenhuma pessoa estar no local à serviço da entidade. Ressaltamos que os Gaviões seguem prestando atendimento ao carnavalesco Zilkson Reis e à sua família”, escreveu a agremiação”.