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27 de julho de 2021O segredo do seu tempero era o amor, por isso sua comida era tão especial
Natural de Carauari – AM, chegou a Parintins em 2008, terra de sua amada esposa Jocileide Souza, com o sonho de abrir seu próprio negócio no ramo de restaurante e proporcionar uma melhor qualidade de vida à sua família.
O mestre cuca na cozinha, via na Ilha Tupinambarana um leque de oportunidades para realizar seus sonhos, mas chegando aqui a realidade foi bem diferente. Ele teve que trabalhar duro em muitas cozinhas de Parintins até conseguir realizar seu grande sonho.
Trabalhou na cozinha do seu Preto Buretama, Restaurante do Baixo, Amazon River, muito elogiado pelo seu tempero e pelo excelente profissional que era. Dedicado, responsável, super educado, gentil e muito atencioso, fez muitas amizades por onde passou.
Sempre dizia que quando abrisse seu próprio restaurante ia dar oportunidade de emprego aos amigos que ele fazia nas cozinhas onde trabalhava.
Quando trabalhou numa empresa terceirizada que prestava serviço para o Ifam e Ufam conquistou os alunos com sua simpatia genuína e principalmente com seu tempero especial. Fazia a vontade da garotada, perguntava o que eles queriam comer, e ele preparava com todo amor e carinho.
Um exímio contador de piadas, brincalhão e muito falante, não podia ver uma roda de conversa que ele se aproximava para contar seus causos e estórias. “E aí macho”? Era sua saudação carinhosa aos amigos e conhecidos.
Desde que chegou à Parintins, nunca faltou a um Círio ou uma Procissão de Nossa Senhora do Carmo, a qual tornou-se devoto, deixava tudo que estivesse fazendo, mas não perdia um ano, se ele estivesse trabalhando, pedia folga, dava um jeitinho e ia, colocava o filho menor nos ombros e acompanhava o trajeto até o final.
Um pai e esposo nota mil, tudo que fazia era pensando na família, sempre preocupado em dar uma vida estável aos filhos Luã Henrique e João Victor e a sua esposa, e mesmo com todas as dificuldades nunca deixou faltar nada, gostava de mesa farta, adorava experimentar receitas novas, fazia tudo para agradar à família.
Sua paixão pela gastronomia se confundia com a sua generosidade, era daqueles que além de cozinhar com amor tinha maior prazer em ver as pessoas provarem seu tempero. Fazia isso com a vizinhança, nunca cozinhava apenas para sua família, sempre pensava nos vizinhos. Um bolo, um pudim, uma comida especial ou uma comida simples também, repartia com todos, era a forma que ele encontrava de demonstrar carinho aos amigos, vizinhos, familiares e conhecidos.
Com muito sacrifício e força de vontade juntou tudo que tinha economizado durante 5 anos e realizou seu grande sonho de abrir seu próprio restaurante, o Mestre Cuca, um projeto que o enchia de orgulho. Ele cuidava minuciosamente de todos os detalhes do seu local de trabalho, zeloso com a higiene dos alimentos, da cozinha e principalmente dos funcionários, exigia que todos estivessem uniformizados, dizia que um bom restaurante a gente conhece logo pelo uniforme dos empregados. Sempre preocupado em aprimorar-se na gastronomia, seu termômetro era a opinião dos clientes, que ele fazia questão de saber, perguntava se a comida estava boa ou se precisava melhorar algo.
Tinha muitos planos para o seu empreendimento, especialmente para a época do Festival, infelizmente veio a Pandemia e ele só conseguiu viver um ano tudo que ele havia pensado e sonhado para o Mestre Cuca.
A Covid interrompeu os planos de Francisco, mas ele deixou sua marca nas cozinhas por onde passou, talvez o segredo do seu tempero fosse o amor, à gastronomia, às pessoas, que fazia com que sua comida fosse tão especial.
Um homem muito especial de uma trajetória honrada e brilhante.Quem teve a felicidade de conhecer Francisco jamais irá esquecê-lo.
Homenagem por Jocileide Souza, esposa, Luã Henrique e João Victor Souza, filhos de Francisco
Edição e revisão: Chiara Reis.