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5 de julho de 2021Na tarde da última sexta-feira (02/07) moradores encontraram um jacaré (de aproximadamente 2 metros e meio) boiando na “beira” da Lagoa, que fica localizada entre as ruas 3 e 4 do bairro Itaúna 2. O animal já estava sem vida
Um jacaré, de aproximadamente 2 metros e meio, foi encontrado morto por moradores na margem da Lagoa Azul, localizada na rua Padre Luppino (conhecida como rua 03) no bairro Itaúna 2, em Parintins – município distante 369 km de Manaus. De acordo com o jornalista Marcondes Maciel, que registrou o animal sem vida na tarde da última sexta-feira (02/07) , o jacaré era um dos cinco repteis que habitavam a Lagoa Azul, e estava apenas com um ferimento no focinho. (CONFIRA O VÍDEO NO FINAL DA MATÉRIA)
Moradores acreditam que o animal morreu devido a poluição da água. “Creio que engoliu muitos plásticos e sacolas”, afirmou um morador ao jornalista Marcondes Maciel. Outros animais também foram encontrados mortos nos últimos anos na Lagoa. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente foi acionada pelos moradores para resgatar o jacaré, mas até o momento a reportagem não teve acesso a causa da morte do réptil.
O comerciante e artista Ruy Sebastião, juntamente com vizinhos, já promoveram diversos mutirões de limpeza na Lagoa Azul, e lutam pela preservação do local, onde habitam peixes, aves, quelônios e jacarés. Segundo dados fornecidos pela Secretaria do Meio Ambiente, a Lagoa surgiu da necessidade de aumentar as nascentes de água, onde foram realizadas escavações pela empresa WP Construções LTDA. Com o passar dos anos o nível de água aumentou em função de novas escavações e erosão causada pelas chuvas de inverno. A lagoa recebe lixo doméstico, dejetos humanos e água de todas as partes do bairro Itaúna II e bairros vizinhos.
Pesquisa
Os doutores Edilson Barroso Gomes, Cynara Carmo Bezerra e Augusto Fachín Terán, fizeram uma pesquisa em relação ao IMPACTO AMBIENTAL SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA NA LAGOA AZUL, PARINTINS/AM. O artigo científico foi publicado na Revista Educação ambiental (https://www.revistaea.org/)
Confira abaixo um resumo da pesquisa feita há alguns anos.
A Lagoa Azul está localizada no Bairro Itaúna II, rua Padre Luppino, nas proximidades da Escola “Luz do Saber”. Esta lagoa tem formato circular, medindo aproximadamente 100 metros de diâmetro e 3 m de profundidade no verão e aumentando de tamanho no inverno. Possui uma nascente de água doce, de cor azul na primeira percepção com a luz do sol. É habitada por peixes, aves, quelônios e jacarés. Segundo dados fornecidos pela Secretaria do Meio Ambiente, a Lagoa surgiu da necessidade de aumentar as nascentes de água, onde foram realizadas escavações pela empresa WP Construções LTDA. Com o passar dos anos o nível de água aumentou em função de novas escavações e erosão causada pelas chuvas de inverno. A lagoa recebe lixo doméstico, dejetos humanos e água de todas as partes do bairro Itaúna II e bairros vizinhos”.
Problemas de Saúde
Citamos os principais problemas encontrados decorrentes da falta de estrutura básica do Bairro Itaúna II, onde as principais vítimas são crianças e idosos. Estas duas faixas etárias são as mais expostas ao contato com o lixo nas ruas e proliferação de insetos, lama, poeira e água contaminada que usufruem para beber. As doenças mencionadas são adquiridas nas épocas de verão e inverno. Estas mesmas doenças também são encontradas com frequência nas famílias que residem nas proximidades da “Lagoa Azul”, onde a maioria das casas localizada nas suas margens são de palafita, madeira e cobertas de palha, carecendo de saneamento básico adequado, contribuindo com a proliferação de doenças no local. Segundo Tundisi (2011), as doenças de veiculação Hídrica em escala mundial causam a morte de centenas de milhares de pessoas por ano, mortes prematuras e de vidas produtivas, sendo mais comuns as provocadas por disenteria, febre, hepatite, malária e dengue.
Contaminação da água na “Lagoa Azul”
A análise das três amostras revelou a presença de coliformes totais e coliformes fecais. A comprovação da contaminação da água da “Lagoa Azul” mostra o impacto ambiental ocasionado pela presença do homem naquela área. O fato dos moradores jogarem o lixo doméstico e fezes, sem dúvida é o principal fator que contribuiu para a situação de contaminação deste ambiente aquático (fig. 4). “A água da Lagoa Azul em Parintins não é propicia para o consumo humano devido estar contaminado por lixo doméstico e esgoto domiciliar Apesar de ser poluído, possui vida aquática com espécies de peixes como bodó, matrinxã, tamuatá e jacarés” (SILVA, 2017). Problema similar se apresenta em outra lagoa da cidade conhecida como “Lagoa da Francesa” que também apresenta ocupação irregular nas suas margens, com deposito de lixo domestico. Nos meses de verão geralmente fica seco apenas com um filete de água com esgoto proveniente das casas e embarcações e fica bem visível a poluição (FACHÍN-TERÁN & JACAÚNA, 2015).
Considerações Finais
A “Lagoa Azul” no decorrer dos anos passou por várias alterações no seu espaço físico e biológico. As principais transformações foram: aumento do volume da água, drenagem, lixo doméstico e lançamento de materiais fecais pelos moradores que vivem nas margens, início do saneamento básico, asfaltamento de algumas ruas de acesso ao local, limpeza do lixo da lagoa e trabalho de sensibilização a alunos e moradores do bairro Itaúna II.
A contaminação da água da “Lagoa Azul” é visível e comprovada pela análise da qualidade da água, que apontou coliformes fecais e totais reprovando a água para o consumo e higiene pessoal. Mesmo assim, os moradores, principalmente crianças brincam dentro da lagoa e algumas famílias retiram os peixes e o usam como alimento.
A pesquisa mostrou algumas doenças comuns no bairro Itauna II, nas próximas a “Lagoa Azul”, e estas mesmas enfermidades estão relacionadas com as doenças que estão acontecendo em escala mundial como disenteria, infecções intestinais e vermes. Outro grande problema são as doenças que afetam principalmente crianças prematuras, podendo levar a óbitos.
As leis de preservação ambiental existem, mas são desconhecidas pelos moradores, talvez pela falta de informação sobre os prejuízos causados pela poluição da água. É necessário realizar junto aos moradores, ações de sensibilização e conscientização. Nas escolas deve ser aberto o debate sobre esta problemática nas diferentes disciplinas que compõem o currículo, usando o tema transversal meio ambiente.