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29 de junho de 2021MARCUS BRUNNER PEREIRA BATISTA09/09/1988 ——19/11/2020O
No dia 09 de setembro de 1988 nascia um menino lindo e saudável. Cresceu e começou a estudar na sua primeira Escolinha, o Jardim de infância Gurilândia. Cursou ensino fundamental e médio no Colégio Nossa Senhora do Carmo. Um aluno muito dedicado, um rapaz alegre e sorridente. Fazia amizades com facilidade. Adorava brincar nas festas juninas e era um batuqueiro fervoroso do Boi Garantido, o seu boi de coração.
No ensino médio estagiou no Banco da Amazônia S/A. Seu sonho sempre foi ser médico. Prestou vestibular e logo garantiu sua vaga no tão sonhado curso de medicina. Durante os 06 anos de graduação morou com as tias em Manaus.
Em 2014 formou-se como médico, mais um sonho realizado! Começou a trabalhar, formar sua família e dois anos após sua formatura nasceu nossa princesa Manuela, sua primogênita, e nossa primeira netinha. Ele fazia de tudo para que Manuela tivesse sempre o melhor e não media esforços para vê-la feliz.
Um pai e esposo maravilhoso, amava sua família incondicionalmente. Mudou-se de Manaus para Boa Vista- RR onde fez sua especialização em Ortopedia. Ele ficou apaixonado pela cidade de Boa Vista, fixou residência por lá, trabalhou em diversos hospitais do Estado e em 2020 tornou-se Ortopedista.
Mais um médico Parintinense especializado em Ortopedia. Uma pessoa dedicada e empenhada em seu trabalho. Gostava de viver a vida, em 32 anos fez tudo o que queria e gostava, vivenciava momentos sempre com alto astral, viajava, fazia churrasco com familiares e amigos. Aquele tipo de pessoa que não tinha tempo ruim, estar em sua companhia era aproveitar a felicidade que a vida oferecia.
Corajoso e bondoso, sempre preocupado com o outro. Lembro que a prof. Lenilda falou que quando ele fazia cursinho, ele e o amigo Elder ajudavam financeiramente colegas que não tinham condições, como também dando carona na moto pequena que tinha, “chegavam em 3, ‘esprimidos’ ” (dizia ela). Com todos os cuidados, veio dia 11 de setembro de 2020, chegou com aquela alegria de sempre para nos visitar, mês do seu aniversário. “Se soubesse que seria o último, teria amarrado meu filho junto ao meu corpo na esperança de mantê-lo aqui conosco”.
Desde o início da pandemia, Marcus trabalhava direto nos hospitais, porém, chegava em casa sempre alegre e disposto a brincar com Manuela. Todavia, em outros dias, chegava cabisbaixo por ver pessoas que estavam morrendo nos hospitais. Ficou bastante triste com a morte de Sávio, primeiro caso confirmado de morte por Covid-19 em Parintins e no Amazonas, conhecido de longas datas de convivência. “Eu ficava muito preocupada e amedrontada por aqui pedindo para que ele se protegesse a todo custo.”
Nesse período, alguns de seus amigos e conhecidos aqui, estavam lutando pela vida, entre eles o Lucinho, que ainda conversaram em uma visita que ele fez ao amigo no hospital Jofre Cohen. Já internado, perguntava da Carla, sua esposa, sobre Lucinho e outros. Ela resolveu não contar do falecimento do amigo, dizia que estava melhorando. No dia 19 de outubro, Marcus testou positivo para Covid19, a partir daí deu início a sua luta pela vida. Internado dia 24, entubado dia 28 a pedido seu. No dia 30, viajou para São Paulo, onde deu entrada no Hospital Emílio Ribas em busca de tratamento mais eficaz.
Carla e meu filho Marcelo o acompanharam, foram dias de agonia, incertezas, esperança e oração de todos que o conheciam. Meu coração e do pai dele ficaram apertadinhos. A resposta veio e os planos de Deus para a vida dele foram outros. No dia 19 de novembro, o dia que gostaria que não tivesse existido, recebi a notícia da sua partida eu não conseguia acreditar. Naquele momento, o tempo parou e eu só conseguia chorar. Seu coração havia parado de bater e seu lindo sorriso havia se fechado, seus sonhos, planos e projetos foram interrompidos bruscamente.
No Pronto Socorro onde ele atuava realizaram uma linda homenagem a ele, a ala de enfermaria recebeu o seu nome… Dr. MARCUS BRUNNER. Gratidão a todos pela homenagem! Pelas orações! Você deixou seu legado aqui na terra. É reconhecido por toda sua dedicação e empenho profissional em salvar vidas. Hoje, sei que a dor de perder um filho é avassaladora e insuportável, um sofrimento inimaginável, pois na perda de um filho se perde um pedaço do pai e da mãe para sempre.
Meu filho, tão jovem, tinha uma vida promissora, mas esse maldito vírus tirou ele de mim, sem ter me dado a chance de me despedir do meu bem precioso. Não é fácil aceitar que meu filho se foi para sempre. Cada dia sem sua presença, eu sinto dor como no primeiro dia. Ele será sempre o meu herói, meu amigo, meu refúgio de amor e paz.
Quando acordo, me vem na mente uma ilusão de que tudo não passou de um pesadelo terrível. Me vem à lembrança momentos que pude vivenciar ao seu lado desde quando vi seu rostinho pela primeira vez. Foram 32 anos de tanta coisa boa, alegria, felicidade, carinho, lealdade, companheirismo e união. Ele foi minha luz, aliás, ele é minha luz, porque sinto sua presença em mim todos os dias e todas as noites, aquele sorriso tão lindo está na minha mente a todo segundo.
Espero encontrar forças diárias para enfrentar sua ausência. Tem dias que falta coragem; talvez faça parte do luto ou meu amor é tanto para entender que ele também morre como as outras pessoas.Sigo sentindo saudade do meu filho. Todos os dias eu tento sorrir, ganhar forças para levantar a cabeça e seguir com minha vida. Mas não é fácil, pois ele não está mais aqui. Carregarei sempre comigo a dor e o sofrimento da sua partida precoce.
Com meu olhar e sorriso perdidos. Mas, não posso perder a esperança e a fé, Deus sabe o que faz e n’Ele devemos confiar, pois a vida deve continuar. Eu e Raimundo construímos nossa família linda e nossos frutos: Marcus, Marcelo e Marcelle, meus filhos, minhas jóias preciosas. Amo vocês. Marquinho meu filho, meu amor por você é inabalável diante da morte.
Tentarei sorrir com o coração, me alegrar com as coisas simples do dia a dia, por todos e pela tua cópia, a Manu, o amorzinho das nossas vidas. Meu amor imensurável por ti para sempre, meu primeiro amor, quem me tornou mãe. Quanta saudade meu Marquinho! Até um dia!
Homenagem por Alda Pinheiro, mãe do anjo Marquinho. Revisão Chiara Reis (da página Gente Que Partiu Para Ficar)