Aulas presenciais: maioria dos professores de Parintins ainda não está imunizada

O retorno das aulas presenciais da rede estadual de ensino de Parintins (município distante 369 km de Manaus) aconteceu no dia 19 de maio deste ano, após 14 meses de pandemia, mesmo sem a maioria dos profissionais de educação está imune contra a covid-19. A volta dos estudantes e docentes as escolas, sem consulta a comunidade, gerou críticas a Secretaria de Educação do Estado.

Por meio das redes sociais e da imprensa, pais afirmam que as instituições de ensino não fizeram todas as adequações necessárias para a segurança dos alunos e temem a contaminação dos filhos e educadores pelo novo coronavírus. Clique aqui e confira a reportagem no canal do Parintins Press.

Uma dose não é garantia de nada, afirma professor

O professor de língua portuguesa Valdson Soares, efetivo da Seduc, atua na Escola Estadual Senador João Bosco. O educador recebeu recentemente a primeira dose da vacina (AstraZeneca) e se posiciona contra o retorno das aulas presencias neste momento. “Uma dose não imuniza ninguém, é necessária a segunda. Minha outra dose está marcada para o dia 16 de agosto, mas apenas agora que os nossos colegas professores dos últimos três concursos da Seduc, que estão na faixa etária de 25 a 35 anos, vão receber a primeira”, afirma Valdson.

“A recomendação é que ocorra o retorno do ofício do trabalho 15 dias após a segunda dose, então, primeira dose não é garantia de nada”, ressalta Soares. Confira abaixo a entrevista completa do professor.

De acordo com outros professores de escolas estaduais de Parintins, o Secretário de Educação do Estado, Luis Fabian, garantiu por meio da imprensa – que “praticamente todos os profissionais de educação em Parintins foram vacinados, desde os serviços gerais aos professores, para que haja uma volta segura às aulas”. Nas redes sociais profissionais da educação fizeram críticas ao secretário e asseguram que ainda não receberam as duas doses da vacina.

Confira (abaixo) alguns depoimentos:

Braquinha Castro – Professor: “Mentem na mídia inventando porcentagens de vacinação nos servidores da educação, a verdade é que não há nenhum cronograma de vacinação dos servidores em educação no município de Parintins, quem tomou a vacina foi pelo critério de idade e neste critério eu nem sei quando vou ser contemplado no consórcio de vacina!
Quem convive com um professor sabe que trabalho remoto é ‘n’ vezes mais cansativo que o presencial. Então porque continuar dando aula remota e tento mais trabalho? É simples: eu quero continuar vivo. Só isso! É só por isso que eu reivindico: o direito à vida!”.

Mary Sena – pedagoga – “Sou profissional de Educação e até agora não recebi nenhuma dose da vacina. E pelo que todos sabem as pessoas estão sendo vacinadas por idade e não por prioridade”.

Michele Marques de Souza – professora: “Sou professora da rede estadual de educação. Não tomei nem primeira dose da vacina… (Secretário) ouça a classe dos servidores em educação, se 50% tomou pelo menos a primeira dose, acho até que é muito”.

Rafael Araújo – professor: “Não veio uma dose sequer para os profissionais da educação”

Ana Keila Tavares – professora: “Hoje eu tomei a minha primeira dose apenas, na nossa escola ainda faltam cinco Professores”.

Vacinação em Parintins

Nesta semana, a Prefeitura de Parintins realiza a imunização em adultos de 39 a 35 anos de idade. A divulgação dos dados do Vacinômetro Parintins de quarta-feira (09) aponta 41.250 doses aplicadas, sendo 30.432 para a 1° dose (26,4% da população) e 10.818 para a 2° dose (9,4% da população).

Até o momento não conseguimos resposta da Seduc AM, mas o espaço está aberto.