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Partamos do seguinte ponto: Nem todos certos e nem todos errados. Isso traduz a realidade de pensamento que divide o povo de Parintins frente à novas medidas sanitárias adotadas pelo poder público, a partir da decisão do comitê de combate ao vírus nesse último dia 23.
Decerto, todos convivemos com o medo. Por outro lado, o medo é apenas mais um obstáculo na vida de muitos parintinenses que convivem com o desemprego e o trabalho informal. Mas o que chama a atenção é que o discurso de meses anteriores, feito por um comitê formado por comissionados do poder público e sem a presença de entidades e representantes de setores comerciais e empresas privadas, pareceu frágil.
Dizia-se que, era importante fechar para que o município e o estado preparasse a rede de saúde no intuito de conseguir atender ao longo do tempo quem necessitasse de auxílio médico. Todos sabiam que em algum momento tudo iria abrir, e que era importante estar, de fato, preparado para um novo surto do então vírus, desconhecido por muitos.
Destaco alguns pontos levantados pelo poder público durante o período mais crítico da Pandemia em Parintins, eles: Hospital de Campanha – para atendimento das vítimas de Coronavírus; Instalação de UTIs com a antecipação do ISS (Imposto Sobre Serviço) da Empresa Celeo Redes Brasil, responsável pela construção da rede de energia que interligará o sistema nacional à Parintins, à Prefeitura do Município; bem como o aluguel de hotéis para acomodação de pessoas infectadas, sem que essas retornassem às suas casas, evitando novas infecções.
A pergunta: Algum desses pontos fora efetivado?
Observa-se que, sem conversa e sem debate muitos pensarão de acordo com o que convir. Algo errado para o convívio em harmonia em sociedade, assim como prejudicial para a rede de práticas sócio espaciais que, de algum modo, faz a economia do município girar.
Nesse sentido, observando que, o município que não é superavitário, onde a principal empregadora é a prefeitura, fechar setores não essenciais como bares, e eventos ainda que restritos, causarão um mal ainda pior para a população de quase 120 mil habitantes (estimativas IBGE-2020), onde boa parte da população encontra-se desempregada ou faz parte do grupo de trabalhadores informais.
Aos fatos, não é momento para cobrar ou julgar somente o trabalhador, aquele que por outros motivos sequer tem documento, e não faz parte dos brasileiros que estão a receber auxílio do governo federal e que precisa trabalhar. O ministério público também deve cobrar efetividade do poder público quanto aos investimentos da saúde ou viveremos um “abre e fecha” até que se encontre uma vacina segura.
Antes de tudo, é necessário ter empatia. É importante colocar-se no lugar do outro, antes de qualquer palavra lançada. O capitalismo é algo sério e, a comida que estar sobre a sua mesa, sem responsabilidade do poder público, fará que esteja em falta na mesa de outras pessoas.
Ser contra ou favor do fechamento de estabelecimentos comerciais não será debatido pela sociedade quando o poder público tomar a responsabilidade para si. Ademais, buscar meios que venham a resolver o problema sem que classes como a de artistas, produtores, donos de bares, estabelecimentos comerciais de todos os ramos sejam prejudicados.
É importante pensar antes de tudo!
Por Franciney Silva (Professor Graduado em Geografia – UEA 2017; Especialista em Letramento Digital – UEA 2020 e Treinador Comercial).