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MANAUS – O prefeito Ivon Rates (Pros), do município de Envira (a 1.206 quilômetros de Manaus), única entre as 62 cidades do Amazonas sem casos do novo Coronavírus, doença que a causa a Covid-19, afirmou à REVISTA CENARIUM que a cidade está em um ‘fogo cruzado’, diante da confirmação dos primeiros casos do vírus no município vizinho, Ipixuna.
Ao longo de três meses da pandemia no País, os dois municípios se destacaram como os únicos do interior do Amazonas sem casos da Covid-19, até o último sábado, 20, quando a prefeita Maria Oliveira (PSDB), de Ipixuna, confirmou os três primeiros infectados na cidade.
A confirmação surgiu após um primeiro susto com um indígena, que testou positivo para a doença na sexta-feira, 19, mas no dia seguinte, sábado, por meio de exame sorológico, a secretaria de Saúde descartou o caso, contudo, anunciou a Covid-19 em três pessoas.
Segundo Rates, para que o novo Coronavírus não chegue a Envira, é necessário, fundamentalmente, a colaboração da população, cumprindo as medidas já decretadas na cidade no combate à pandemia. Ele afirmou, ainda, que a prefeitura não vai adotar medidas mais restritivas, pois as providências tomadas até o momento estão sendo eficazes.
“Lamentamos muito que Ipixuna registrou (a Covid-19), com todo esforço que a prefeita de Ipixuna adotou, que vem fazendo um trabalho bonito, responsável, mas foram surpreendidos. É um risco que Envira também corre, infelizmente”, lamentou.
O gestor destacou que a cidade vem adotando todas as medidas restritivas e de prevenção à doença. Conforme ele, como o município de Envira ainda não tem casos da Covid-19, o comércio na cidade não fechou e as atividades em funcionamento são aquelas consideradas essenciais.
“Envira está no meio de um fogo cruzado. Tarauacá no Acre está chegando a mil casos, Feijó (AC), quase 200, Eirunepé (AM) vai chegar agora no meio da semana a 500 casos, Itamaraty, que é um município pequeno, tem mais de 200, Rio Branco, com quase 6 mil casos, um absurdo e o povo circula muito, porque nós estamos no meio dessa vizinhança”, pontuou.
O prefeito reforçou ainda que se a população não cumprir as medidas preventivas, é certo que a Covid-19 chegue na cidade “mais cedo ou mais tarde”.
“Diante de uma ameaça que a vizinhança representa, a gente está dormindo e acordando sobressaltado com a possibilidade de termos um caso (da Covid-19) a cada dia, porque existe uma circulação mantida com barqueiros que trazem produtos essenciais, existem aqueles que estão fora de casa e chegam dessas cidades, ainda que o aeroporto, o transporte esteja vedado, mas os familiares podem transportar os seus familiares. Para nós, é certo que menos dias, mais dias, vai acontecer. O que a gente espera é que a população saiba adotar a conduta certa para que uma vez chegando, a disseminação seja controlada”, finalizou Ivon Rates.