Quadrilhas utilizam lanchas e voadeiras para praticar assaltos na região do Baixo Amazonas

Uns dos principais alvos dos criminosos, que atuam fortemente armados, são residências e estabelecimentos comerciais próximos ao rio.

Quadrilhas utilizam lanchas e voadeiras para praticar assaltos na região do Baixo Amazonas. Os bandidos aproveitam a imensidão dos rios, principalmente no horário noturno, para fugir com mais facilidade levando os produtos roubados.

Segundo a Polícia esta modalidade de crime se tornou mais comum nos últimos anos no interior do Estado. Uns dos principais alvos dos criminosos, que atuam fortemente armados, são residências e estabelecimentos comerciais próximos ao rio.

“Eles atuam da seguinte forma: furtam a voadeira ou lancha em determinada cidade e praticam o roubo no município ao lado”, afirma o delegado de Parintins, Adilson Cunha.

No início do mês, uma dessas quadrilhas fez um assalto no posto de combustível do empresário Francisco Vasconcelos, conhecido como Chiquinho, que fica localizado na zona leste da cidade. Sem se importar com as câmeras de segurança do local, os bandidos após agredirem os funcionários do posto, levaram mais de R$ 2 mil do caixa, além de uma grande quantidade de gasolina, e em seguida fugiram em uma lancha.

“Eles são violentos, bateram no frentista e quebraram a cabeça dele. Infelizmente aqui é uma ilha, tem várias saídas e eles saem de lancha ou voadeira”, declara Francisco Vasconcelos.

Apreensão

Mesmo com pouca estrutura e efetivo insuficiente, a polícia tem conseguido êxito em algumas operações. Um bando formado por sete pessoas foi capturado semana passada após assaltar uma residência no município de Boa Vista do Ramos. Na ação, antes da fuga, eles trocaram tiros com um Policial Militar.

“Um dos genros do proprietário é um policial militar. No momento da ação criminosa ele estava de folga, dormindo, quando ouviu o barulho, foi ver e reagiu ao assalto. Durante a troca de tiros eles voltaram nas lanchas e fugiram levando apenas uma quantia em dinheiro, mas que foi recupera no dia seguinte. Praticamente toda a quadrilha foi presa em menos de 24 horas”, relata o Comandante do 11º Batalhão da Polícia Militar, Tenente Coronel Navarro.

 

Em poder da quadrilha a Policia Militar apreendeu três armas de fogo, três rádios de escuta e 1145 reais em espécie.

“Provavelmente a lancha que eles utilizaram no assalto foi uma lancha furtada do Pará, vieram pra cá, afundaram a lancha e depois pegaram outra lancha para disfarçar”, ressalta o delegado Adilson.

 

Investigação

Outras quadrilhas estão sendo investigadas. Tanto a polícia civil quanto a polícia militar afirmam que trabalham juntas para combater esse tipo de crime.

“Com a boa relação que nós temos entre as polícias, inclusive com a do vizinho Estado do Pará, a gente acaba tendo êxito nas nossas investigações. Esperamos que a gente possa prender mais quadrilhas. A Polícia Militar e a Civil estão atuando 24 horas para que isso aconteça”, assegura Cunha.

 

“Esporadicamente estamos fazendo patrulhamento pelo rio através de denuncias, juntamente com a Marinha e a Civil, para abordar e fiscalizar embarcações suspeitas. Temos uma equipe preparada, com armamento compatível para enfrentar os bandidos casos haja necessidade”, informa o Tenente Coronel Navarro – Comandante da Policia Militar em Parintins.

Mas, para quem ficou com prejuízo, resta à indignação.

“O cara quando roubar, ele deve ser obrigado a trabalhar para poder pagar quem ele roubou, mas no Brasil o criminoso entra na tua casa, mata, assalta, e quando é preso ainda recebe auxílio reclusão. Daqui a alguns dias vão querer dá medalha por assalto aos bandidos. A legislação do nosso país precisa ser mudada, boa parte desses políticos está envolvida com crime, inclusive tráfico, e aí fica por trás só maquiando”, lamenta o empresário Francisco Vasconcelos.