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10 de agosto de 2018A situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional, que deve destinar recursos ao município. A rua Nakaut, no bairro Santa Clara, é uma das vias mais afetadas pelo fenômeno de “terras caídas”
O fenômeno de “terras caídas” atinge praticamente toda a orla da cidade de Parintins (distante 369 km de Manaus). Os desmoronamentos são consequências da forte pressão das águas do rio Amazonas, segundo especialistas.
“A velocidade do rio é em torno de sete quilômetros por hora e os sedimentos que ele transporta, como areia e seixo, é como se fossem uma lamina que fica escavando por baixo, e a retirada da vegetação acelera o processo erosivo”, relata o professor Camilo Ramos, que é Doutor em Geografia.
Emergência
Por causa da forte erosão, Parintins entrou em situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional, que deve destinar recursos ao município (sem data definida ainda) principalmente para a construção de muros de contenção nas áreas de risco.
“Houve um decreto de situação anormal devido erosões que vem acontecendo na orla. Esses acidentes geográficos, provocado pelo rio, é catalogado e por conta disso foi decretada emergência para recuperar e/ou corrigir o problema na nossa orla”, disse o chefe de operação da Defesa Civil em Parintins, Adilson Silva.
Área de risco
A Rua Nakaut, no bairro Santa Clara, zona leste da cidade, é uma das vias mais afetadas. A conselheira tutelar Nilciara Barbosa, 48, mora na rua há 41 anos. Segundo ela, nesse período mais 100 metros de comprimento desta área da cidade desabaram no rio Amazonas.
“Nós moradores já ouvimos várias promessas do poder público, de políticos, principalmente desde 2012, sobre a construção de muros de contenção na nossa rua, mas até agora nada foi feito. Enquanto isso o que restou da via poder ir a qualquer momento literalmente por água a baixo”, declara Nilciara.
Com a decretação da situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional, a moradora espera que desta vez as reinvindicações dos moradores sejam atendidas.
“Que esse ano realmente não seja só promessa de campanha, mas que de fato saia do papel e beneficie o bairro Santa Clara, e que a gente tenha o nosso muro de arrimo, que vai atender também aqueles que durante a seca aportam seus barcos em frente a nossa rua”, cobra a conselheira.
Fotos: Melk Guerreiro e David Huxiley