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Parintins (AM) – O Boi Caprichoso mais uma vez surpreendeu sua nação ao apresentar o tema 2019, novos diretores e o consagrado compositor do Festival de Parintins, Emerson Maia, no palco do Curral Zeca Xibelão.
“Um canto de esperança para Mátria Brasilis” é o tema do Boi-Bumbá Caprichoso para o Festival Folclórico de Parintins do próximo ano. A temática foi apresentada na noite desta quarta, 22 de agosto, no curral Zeca Xibelão durante a performance teatral dos grupos de dança, marujada e conselheiros de arte. Na justificativa do projeto, o artista Ericky Nakanome explica que o tema escolhido agrega valores de um povo que supera, a cada dia, as intempéries de tempos sombrios, de uma gente que não se reconhece e que nega a sua pluralidade e diversidade cultural. É uma tocha que se acende na contemporaneidade, iluminando novos caminhos e que, mesmo utopicamente, acredita que a educação nos liberta, mas que só a arte pode nos salvar da ignorância da opressão. É acreditar que o boi-bumbá de Parintins vai muito além de um espetáculo turístico e que se consolida como um instrumento educativo, revolucionário, de artistas que pintaram e esculpiram “um canto de esperança para Mátria Brasilis”
“O tema do boi-bumbá Caprichoso encerra essa tríade. Desde a Poética do Imaginário dissemos que a maneira de fazer arte dos artistas, vem do imaginário Caboclo, no segundo ano falamos que esse saber é importante porque vem da ancestralidade que virou bandeira de revolução e no terceiro ano queremos consolidar esse discurso dizendo que a arte de Parintins pode ser chamariz e bandeira para soluções de problemas políticos do Brasil, porque nós entendemos que a educação liberta, mas a arte salva”, destaca Ericky.
Para chegar à apresentação do tema, o espetáculo teatral iniciou com o diálogo entre o Tuxaua e um curumim, sob o som de trilhas indígenas e a encenação dos conselheiros Erick Beltrão e Edvander Batista. O ato ainda navegou pela cultura lusitana e, por meio da dança e da música, mostrou a construção cultural do Brasil. Durante a apresentação das sete nações que migraram para o Brasil, o jovem Jordan Lucas Albuquerque emergiu no centro do palco, como Carmem Miranda. Um momento novo e de respeito à diversidade sexual.
“Em tempos de intolerância, meu boi mostra sua representatividade, respeito, diversidade. Um Gay dublando Carmem Miranda no lançamento do tema, eu tenho muito orgulho disso”, disse a Catirina, Ádria Barbosa.
A noite de apresentação ainda teve corpo de soldados estilizados com coreografia sapateando a opressão da ditadura no Brasil. Em seguida, Simão Assayag, um dos criadores do conselho de arte, todo de branco, subiu ao palco com uma bandeira do Brasil suja e rasgada. Simão entregou a bandeira para uma costureira que representou Ednelza Cid, que costurou a bandeira e devolveu a Simão, que a ergueu diante dos presentes recebendo aplausos do público. Os folguedos, carimbó, bumba meu boi, lamparineiros e bailados também fizeram parte do espetáculo, que encerrou com Ericky Nakanome declamando o cordel da esperança, o que antecedeu a apresentação do tema feita no telão do curral.
“Isso foi pensado lá atrás, quando nós assumimos o boi. Eu jamais prometi título, mas eu disse que eu ia trabalhar para que o Caprichoso estivesse no lugar mais alto e fosse superior a cada ano. E a gente vai com esse mesmo pensamento, essa mesma determinação, essa mesma união tentar buscar o título de tricampeão que não vem há 26 anos”, declarou o presidente do Boi Caprichoso, Babá Tupinambá.
O vice-presidente, Jender Lobato, convocou o torcedor azulado para juntos construírem o tricampeonato. “O título do próximo festival será construído não apenas por uma diretoria, mas pela nação azul e branca, e cada sócio e torcedor”, destaca.
A marca 2019
A marca Caprichoso 2019 “Um Canto de Esperança para a Mátria Brasilis” nasceu da espontaneidade e da beleza de uma das expressões mais populares da cultura brasileira, inspirada nas xilogravuras, comuns nas ilustrações de cordéis e remete às terras do fundador, Roque Cid, que partiu de Crato, na esperança de dias melhores na floresta amazônica.
O trabalho foi idealizado pelo artista Rafael Gomes Mikaiá, formado em publicidade e propaganda, coordenador de estratégia e marketing da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e responsável do marketing criativo de algumas das escolas de samba do Rio de Janeiro. Os desenhos foram feitos pelo carnavalesco da Escola de Samba acadêmicos do Cubano, Leonardo Bora, estandarte de ouro como melhor carnavalesco de 2018.
Emerson Maia
Um dos maiores compositores do Festival Folclórico de Parintins, Emerson Maia, está no Caprichoso. Ele foi anunciado na noite desta quarta-feira, 22, no curral Zeca Xibelão pelo presidente Babá Tupinambá e surpreendeu a nação azul e branca que deu as boas vindas ao novo poeta azulado. Vestido de Caprichoso e acompanhado do filho, que tem o mesmo nome, ele declamou poesia no palco do boi da estrela e foi aplaudido. “Eu estou muito feliz, me sentido renovado, valorizado e quero retribuir isso, quero retribuir com arte, com amor e com título”, anuncia.
Durante a programação também foram anunciados os novos diretores da Associação Cultural. Na diretora de Curral foram empossados Dora Auxiliadora e Normando Júnior e na diretoria de eventos Bena Mafra e Willian Muniz.
O Boi-Bumbá Caprichoso também autorizou a Fundação Roberto Marinho a publicar em seus livros didáticos do Telecurso a toada Boi de Negro, dos compositores Moisés Colares, Ralrisson Nascimento, Frank Azevedo, Ricardo Linhares, com texto de Ericky Nakanome. A publicação pretende trabalhar no combate contra o racismo. O anúncio da nova rainha do Folclore será feito durante as festividades do aniversário do Boi Caprichoso.
Conselho de Arte
O Conselho de Arte da Associação Cultural Boi-Bumbá Caprichoso ganha novos conselheiros. Os novos integrantes do time azul e branco são:
Márcio Braz – Ator, diretor, iluminador, cenógrafo, figurinista e cientista social. Recebeu o prêmio especial do Júri do VIII Festival de Teatro da Amazônia pela iluminação de 03 espetáculos teatrais. Foi membro de diversas comissões julgadoras em Manaus, São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Brasília, Mato Grosso, Parintins e Goiânia. Foi conselheiro de arte do Caprichoso em 2015. É especialista em gestão e políticas culturais pela Cátedra de Girona (Espanha) em colaboração ao com o Instituto Itaú Cultural (São Paulo). É mestrando do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciência Humanas da UEA. Foi membro do conselho municipal de cultura por dois mandatos. Atualmente é diretor de cultura da Fundação Municipal de Cultura , Turismo e Eventos – MANAUSCUT.
Diego Omar – Professor, graduado e mestre em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (MG). Doutorando em Antropologia Social na Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Já foi secretário de educação e cultura em cidades do interior de Minas e atualmente é professor da Universidade do Estado do Amazonas. Tem várias publicações sobre cultura, religiões e religiosidades no Brasil.
Mithza Cid Vieira – Filha de Acinelcio Pereira Vieira (Primeiro Presidente do Boi Caprichoso e Padrinho por muitos anos) e Maria Ednilza Cid Vieira. Sobrinha de Ednelza Cid, sobrinha neta de Roque Cid. Formação em Administração pela Faculdade Martha Falcão.
Especialização:
– Meio Ambiente;
– Coaching em Recursos Humanos;
– Gestão de Projetos;
– Gestão de Projetos Sociais.
Coordenou por cinco anos projetos de Direitos Humanos e Documentação Básica (principalmente Certidão de Nascimento) em comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Ao todo desenvolveu atividades voltadas a este público em 42 municípios do Estado.
Ativista em causas de identidade cultural dos povos indígenas.
Com informações da Assessoria de Imprensa do Boi Caprichoso